terça-feira, 27 de setembro de 2016

CARTA À IGREJA DE PÉRGAMO


Carta à igreja de Pérgamo (2.12-17). "Pérgamo" parece significar casamento. É a igreja mundana dos anos 313 a 600. A partir de 313 deu-se a união da igreja com o estado. Diz um antigo escritor que Pérgamo era a cidade mais idolatra de toda a província da Ásia. Era também famosa por sua escola de medicina. O deus da saúde - Esculápio, simbolizado por uma serpente, era adorado aí.

"Conheço o lugar em que habitas" (2.13). O Senhor sabe o que está ocorrendo conosco, seja onde for: em casa, no emprego, em viagens, entre amigos, ou inimigos, quando sozinhos, ou acompanhados, etc.

"onde está o trono de Satanás" (2.13). Isto sem dúvida é uma referência à seita pagã babilônica, ocultista, que mudou-se para Pérgamo, vinda de Babilônia (o centro do espiritismo nos tempos primitivos), quando os conquistadores persas dominaram o mundo. Vemos assim, que, quando o Diabo não consegue enfraquecer a igreja pela perseguição e sofrimento (v. 10), procura fazê-lo pela corrupção da fé, adulterando a Palavra de Deus e semeando falsas doutrinas. Antipas, mencionado por seu nome, por Jesus, indica que Deus conhece os seus pelo nome, bem como revela carinho e atenção pessoal. "Ele chama pelos nomes as suas próprias ovelhas" (Jo 10.3).

"a doutrina de Balaão" (2.14) é a mistura espiritual da igreja com o mundo, quanto às suas práticas e procedimento, perdendo ela, assim, sua pureza e santidade. Foi isso que Balaão fez a Israel. Ele ensinou a Balaque, rei dos moabitas, a lançar tropeços diante dos filhos de Israel para contaminá-los. Assim, por conselho de Balaão, Israel profanou sua separação do mal, e interrompeu sua peregrinação para a Terra Prometida (Nm 25.1-3). Diz a Palavra de Deus em Números 25.1 que "Israel deteve-se em Sitim" (Versão ARC), quando já estavam perto de Canaã, e a causa disso foi a que acabamos de mostrar. O mesmo acontece hoje sempre que a Igreja se mistura com o mundo e sua prática: ela pára, detém-se, imobiliza-se. É a união da igreja com o mundo, como milhões estão querendo.

Há ainda dois males citados na Bíblia, da parte de Balaão: "o caminho de Balaão" (2 Pe 2.15), e "o erro de Balaão" (Jd v. 11).

"o caminho de Balaão" está em Números capítulos 22 a 24. Ele queria ganhar o prêmio oferecido pelo rei Balaque e ao mesmo tempo agradar a Deus. Impossível! Vemos hoje obreiros igualmente mercenários, abraçando o ministério evangélico como se este fosse uma profissão rendosa. E o profissionalismo espiritual, hoje comum nas igrejas por toda parte. Crentes que transformam as práticas da vida cristã, tanto as individuais como as do culto coletivo, em secularismo ou profissionalismo puro. (Ler Mateus 6.24.)

"O erro de Balaão". Balaão raciocinando do ponto de vista natural, humano, via a existência do mal em Israel e achava que Deus, sendo santo, devia amaldiçoá-lo. É hoje o mal do racionalismo humano dentro da igreja. É querer interpretar as coisas de Deus - sua Palavra, sua doutrina, sua igreja, seus caminhos - somente pela nossa mente. E a dependência do intelectualismo. Num tempo como o atual em que a igreja toda mais e mais se acultura, o perigo do racionalismo humano nas coisas de Deus está aí.

"a doutrina dos nicolaítas" (2.15) já foi abordada quando tratamos do versículo 6. É interessante notar que a palavra hebraica "Balaão" é equivalente a Nicolau em grego. Deve-se observar também o progresso do mal sobre o povo de Deus. Aquilo que era "obra dos nicolaítas" em 2.6, tornou-se "doutrina dos nicolaítas" em 2.15.


"uma pedrinha branca" (2.17). A história antiga dos gregos e romanos menciona essa pedrinha: 
1) Nos tribunais, os juízes tinham pedrinhas brancas e pretas. Se o acusado recebia uma pedrinha preta, estava condenado; se, branca, estava perdoado, liberto, livre. 
2) Nos jogos públicos, os vencedores recebiam pedrinhas brancas com seus nomes gravados nelas. Isso dava-lhes direito e auxílio do governo pelo resto da vida. 
3) Também pedrinhas brancas eram fornecidas a certas pessoas para livre trânsito em determinadas regiões, situações, reuniões. Era o passe, a entrada livre autorizada nesses casos especiais.


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