quarta-feira, 23 de novembro de 2016

A DIFERENÇA ENTRE O ARREBATAMENTO E A SEGUNDA VINDA DE CRISTO

A SEGUNDA VINDA DE CRISTO
O ARREBATAMENTO: A IGREJA INDO DE ENCONTRO A JESUS NOS ARES


Distinção Entre o Arrebatamento e a Segunda Vinda
Dave Hunt
E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras... Certamente, venho sem demora” (Ap 22.12,20).

O encontro nos ares

Essas palavras, as últimas de Cristo que foram registradas por escrito, confirmam Sua promessa anterior: “...voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou, estejais vós também” (Jo 14.3). Paulo faz referência ao cumprimento dessa promessa:“Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, ...e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; ...depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1 Ts 4.16-17).
Como resposta a essas promessas de Cristo, “o Espírito e a noiva dizem: Vem!” (Ap 22.17);ao que João adiciona, jubilante: “Amém! Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22.20b). Quem é essa Noiva? Após declarar que esposo e esposa são “uma só carne”, Paulo explica: “Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja” (Ef 5.32).
A qualquer momento
As palavras de Cristo, do mesmo modo como as de João, do Espírito e da Noiva, não fariam sentido se essa vinda para levar os crentes para Si mesmo tivesse que esperar a revelação do Anticristo (perspectiva pré-ira) ou a consumação da Grande Tribulação (perspectiva pós-tribulacionista). Uma vinda de Cristo “pós-qualquer coisa” para Sua Noiva simplesmente não se encaixa nessas palavras das Escrituras. Afirmar que a Grande Tribulação deve ocorrer primeiro, para que o Espírito e a Noiva digam: “Vem, Senhor Jesus”, é como exigir o pagamento de uma dívida que vai vencer somente em sete anos!
Um Arrebatamento “pós-qualquer coisa” vai contra várias passagens das Escrituras que demandam claramente a vinda de Cristo a qualquer momento (iminente). O próprio Jesus disse: “Cingido esteja o vosso corpo, e acesas as vossas candeias, sede vós semelhantes a homens que esperam o seu senhor” (Lc 12.35,36a). Esse mandamento seria ridículo se Cristo pudesse vir para o Arrebatamento apenas após os sete anos da Tribulação.
A vinda que a Noiva de Cristo tanto deseja levará à ressurreição dos mortos e à transformação dos corpos dos vivos. Isso fica bem claro não somente em 1 Tessalonicenses 4, mas também através de outras passagens: “...de onde (os céus) aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória” (Fp 3.20-21). Muitas outras passagens também incentivam os crentes a vigiar e esperar com intensa expectativa. Essas exortações somente fazem sentido se a possibilidade de Cristo levar Sua Noiva para o céu puder ocorrer a qualquer momento: “...aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 1.7); “...deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro, e para aguardardes dos céus o Seu Filho...” (1 Ts 1.9-10); “...aguardando a bendita esperança e a manifestação do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tt 2.13); “...aparecerá segunda vez ...aos que o aguardam para a salvação” (Hb 9.28); “Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor” (Tg 5.7).
Diferentes opiniões sobre o Arrebatamento não afetam a salvação, mas deveríamos procurar entender o que a Bíblia diz. A Igreja primitiva estava claramente esperando o Senhor a qualquer momento. Estar vigiando e esperando por Cristo, se o Anticristo deve aparecer primeiro, é como esperar o Pentecoste antes da Páscoa. No entanto, Cristo exortou: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora” (Mt 25.13); “...para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo. O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai” (Mc 13.36-37).
A surpresa da Sua vinda
A seguinte afirmação de Jesus também não se encaixa numa vinda pós-tribulacionista: “Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora que não cuidais, o Filho do Homem virá” (Mt 24.44). É absurdo imaginar que qualquer pessoa sobrevivente da Grande Tribulação, que tenha visto os eventos profetizados (as pragas e julgamentos derramados na terra; a imagem do Anticristo no Templo; a marca da besta imposta a todos que quiserem comprar e vender; as duas testemunhas testificando em Jerusalém, sendo mortas, ressuscitadas e levadas ao céu; Jerusalém cercada pelos exércitos do mundo, etc.), tendo contado os 1260 dias (3 anos e meio) de duração da segunda metade da Grande Tribulação (preditos em Apocalipse 11.2-3;12.14), poderia imaginar naquela hora que Cristo não estaria a ponto de retornar! Após todos esses acontecimentos, isso será por demais evidente. Portanto, simplesmente não há como reconciliar uma vinda de Cristo pós-tribulacionista com Seu aviso de que virá quando não estiver sendo esperado.
Distinção entre Arrebatamento e
Segunda Vinda
Somente essa afirmação já distingue o Arrebatamento (a retirada da Igreja da terra para o céu) da Segunda Vinda (para resgatar Israel durante o Armagedom); pois este último acontecimento não vai surpreender quase ninguém. Contrastando com Seu aviso de que mesmo muitos na Igreja não O estarão esperando, as Escrituras anunciam outra vinda de Cristo quando todos os sinais já tiverem sido cumpridos e todos souberem que Ele está voltando. A um Israel descrente, Cristo declarou: “Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas” (Mt 24.33). Até o Anticristo saberá: “E vi a besta e os reis da terra, com os seus exércitos, congregados para pelejarem contra aquele que estava montado no cavalo e contra o Seu exército” (Ap 19.19).
Ou Cristo está se contradizendo (impossível!), ou Ele está falando de dois eventos. Jesus disse que virá num tempo de paz e prosperidade quando até Sua Noiva não estará esperando por Ele: “Ficai também vós apercebidos, porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá” (Lc 12.40). Não somente as [virgens] néscias, mas até as sábias estarão dormindo: “E, tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram” (Mt 25.5).
No entanto, a Escritura diz que o Messias virá quando o mundo estiver quase destruído pela guerra, fome e os juízos de Deus, e quando Israel estiver quase derrotado. Então, Yahweh declara: “olharão para aquele a quem traspassaram” (Zc 12.10b), e todos os judeus vivos na terra reconhecerão seu Messias que retornará como “Deus forte, Pai da Eternidade” (Is 9.6): exatamente como os profetas previram, Ele veio como homem, morreu pelos seus pecados, e retornará, dessa vez para salvar Israel. Sobre esse momento culminante, Cristo declara: “Aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo” (Mt 24.13). Paulo adiciona: “...todo o Israel [ainda vivo] será salvo”... (Rm 11.26).

Dois eventos distintos
Não podemos escapar ao fato de que duas vindas de Cristo ainda se darão no futuro: uma que surpreenderá até mesmo Sua Noiva e outra que não será uma surpresa para quase ninguém. As duas não podem ser o mesmo evento. Mas onde o Novo Testamento diz que ainda há duas vindas a serem cumpridas? Todo cristão crê em duas vindas de Cristo: Ele veio uma vez à terra, morreu pelos nossos pecados, ressuscitou dentre os mortos, retornou ao céu e voltará. Contudo, em nenhum lugar o Antigo Testamento diz que haveria duas vindas distintas.
Esse fato causou confusão para os rabinos, para os discípulos de Cristo e até para João Batista, que era “cheio do Espírito Santo, já do ventre materno” (Lc 1.15, 41,44), João tinha testificado que Jesus era “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). No entanto, este último dos profetas do Velho Testamento, de quem não havia ninguém maior“nascido de mulher” (Lc 7.28), começou a duvidar: “És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?” (Mt 11.3).
Somente uma vinda do Messias era esperada. Ele iria resgatar Israel e estabelecer Seu Reino sobre o trono de Davi em Jerusalém. Por essa razão os rabinos, os soldados e a multidão zombaram dEle na cruz (Mt 27.40-44; Mc 15.18-20; 29-32; Lc 23.35-37). Apesar de todos os milagres que Jesus tinha feito, os discípulos, da mesma forma, tomaram Sua crucificação como a prova conclusiva de que Ele não poderia ter sido o Messias. Os dois na estrada de Emaús disseram: “...nós esperávamos que fosse Ele quem havia de redimir Israel” (Lc 24.19-21) – mas agora Ele estava morto.
Cristo os repreendeu por não crerem “tudo o que os profetas disseram!” (Lc 24.25). Este era o problema comum: deixar de considerar todas as profecias. Israel tinha uma compreensão unilateral da vinda do Messias (e continua assim atualmente), que lhe permitia ver apenas Seu reino triunfante e o deixava cego para Seu sacrifício pelo pecado. Até mesmo muitos cristãos estão tão obcecados com pensamentos de “conquista” e “domínio” que imaginam ser responsabilidade da Igreja dominar o mundo e estabelecer o Reino de Deus, para que o Rei possa retornar à terra para reinar. Eles se esquecem da promessa que Ele fez à Sua Noiva de levá-la ao céu, de onde ela voltará com Ele para ajudá-lO a governar o mundo.
O Arrebatamento ocorrerá antes da Tribulação
Como poderia Cristo executar julgamento sobre a terra, vindo do céu “entre suas santas miríades (multidões de santos)” (Jd 14), se primeiro não as tivesse levado para o céu? Aqui temos outra razão para um Arrebatamento anterior à Tribulação. Incrivelmente, Michael Horton, em seu livro “Putting Amazing Back into Grace”, imagina que 1 Tessalonicenses 4.14 (“assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem”) refere-se à Segunda Vinda de Cristo “com os santos”. Ao contrário, na ocasião do Arrebatamento Jesus trará a alma e o espírito dos cristãos fisicamente mortos para serem reunidos com seus corpos na ressurreição, levando-os para o céu juntamente com os vivos transformados. Na Segunda Vinda Ele trará consigo de volta à terra os santos vivos, que já foram ressuscitados e previamente levados ao céu no Arrebatamento.
Antes da volta de Cristo com os Seus santos haverá a celebração das Bodas do Cordeiro com Sua Noiva (Ap 19.7). Tendo passado pelo Tribunal de Cristo (1 Co 3.12-15); (2 Co 5.10 ), os santos estarão vestidos de linho fino, branco e puro (Ap 19.8). Certamente eles devem ser também o exército vestido de linho fino, branco e puro (Ap 19.14) que virá com Cristo para destruir o Anticristo. Quando eles foram levados ao céu? É claro que isso não ocorrerá durante a própria Segunda Vinda, pois não haveria tempo suficiente nem para o Tribunal de Cristo, nem para as Bodas do Cordeiro. O Arrebatamento deve ter ocorrido anteriormente.
Aqueles que estão com seus pés plantados na terra, esperando encontrar um “Cristo”, esquecem que o verdadeiro Cristo virá nos buscar para nos encontrarmos com Ele nos ares e nos levará para a casa de Seu Pai. Eles se esquecem também que o Anticristo estabelecerá um reino terreno antes que o verdadeiro Rei volte para reinar. Infelizmente, os que se empenham em estabelecer um reino nesta terra estão preparando o mundo para o reino fraudulento do “homem do pecado”.
A Escritura registra duas vindas
Como alguém nos tempos do Velho Testamento poderia saber que haveria duas vindas do Messias? Somente por implicação. Ou os profetas se contradisseram quando profetizaram que o Messias seria rejeitado e crucificado e que Ele também seria proclamado Rei sobre o trono de Davi para sempre, ou eles falavam de duas vindas de Cristo.
Não há forma de colocar dentro de um só evento o que os profetas disseram. Simplesmente tem de haver duas vindas do Messias: primeiro como o Cordeiro de Deus, para morrer pelos nossos pecados, e depois como o Leão da Tribo de Judá (Os 5.14-15; Ap 5.5), em poder e glória para resgatar Israel no meio da batalha do Armagedom.
A mesma coisa acontece no Novo Testamento. Note as muitas contradições, a menos que estes sejam dois eventos:
1) Ele vem para Seus santos e numa hora que ninguém espera; mas vem com Seus santos quando todos souberem que Ele está vindo.
2) Ele não vem à terra mas arrebata os santos para se encontrarem com Ele nos ares (1 Ts 4.17); por outro lado, Ele vem à terra: “naquele dia, estarão Seus pés sobre o monte das Oliveiras” (Zc.14.4), e os santos vem à terra com Ele.
3) Ele leva os santos para o céu, para as muitas mansões na casa de Seu Pai, para estarem com Ele (Jo.14.3); mas traz os santos do céu (Zc 14.5, Jd 14).
4) Ele vem para Sua Noiva num tempo de paz e prosperidade, bons negócios e prazeres (Lc 17.26-30); mas volta para salvar Seu povo Israel quando o mundo já terá sido praticamente destruído, em meio ao pior conflito já visto na terra, a batalha do Armagedom.
Rebatendo as críticas ao Arrebatamento
Cristo declarou: “Assim como foi nos dias de Noé ...comiam, bebiam, casavam-se... O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre... Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar” (Lc 17.26-30). Essas condições mundiais por ocasião do Arrebatamento só podem se referir ao período anterior à Tribulação; certamente não ao final dela!
Arrebatamento? Há críticos afirmando que a palavra “Arrebatamento” nem está na Bíblia! Isso não é verdade, pois a versão latina da Bíblia (Vulgata), feita por Jerônimo no quinto século, traduziu o grego harpazo (arrancar subitamente) pela palavra raptus (raptar), da qual deriva “Arrebatamento”. Foi o que Cristo nos prometeu em João 14: levar-nos para o céu.
Outros críticos papagueiam o mito propagado por Dave MacPherson, de que o ensino do Arrebatamento antes da Tribulação apareceu apenas no início do século XIX através de Darby, que o teria aprendido de Margaret MacDonald. Ela o teria recebido de Edward Irving, e este, por sua vez, o teria encontrado nos escritos do jesuíta Emmanuel Lacunza. Isso simplesmente não é verdade. Muitos escritores anteriores expressaram a mesma convicção. Um deles foi Ephraem de Nisibis (306-373 d.C.), bem conhecido na história da igreja da Síria. Ele afirmou: “Todos os santos e eleitos de Deus serão reunidos antes da tribulação, que está por vir, e serão levados para o Senhor...” Seu sermão com essa afirmação teve ampla circulação popular em diferentes idiomas.
Sim,  uma vinda do Senhor após a Tribulação: “Logo em seguida à tribulação daqueles dias... verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória” (Mt 24.29-30). A referência aos anjos “reunindo Seus escolhidos dos quatro ventos” (vv. 29-31) certamente não significa Cristo arrebatando Sua Igreja para levá-la ao céu, pois trata-se do ajuntamento do Israel disperso, de volta à sua terra quando da Segunda Vinda.
Cristo associou o mal com o pensamento de que Sua vinda se atrasaria: “Mas, se aquele servo, sendo mau, disser consigo mesmo: Meu Senhor demora-se” (Mt 24.48; Lc 12.45).Novamente, essa afirmação não tem sentido se o Arrebatamento vem após a Tribulação.
Não existe motivo maior para uma vida santa e um evangelismo diligente do que saber que o Senhor poderia nos levar ao céu a qualquer momento. Que a Noiva acorde do seu sono, apaixone-se novamente pelo Noivo, e de coração diga continuamente por meio da sua vida diária: “Vem, Senhor Jesus!” (Dave Hunt - TBC - http://www.chamada.com.br)http://www.chamada.com.br/livraria/assets/images/capas/small/2.jpg


quarta-feira, 26 de outubro de 2016

PREGANDO O EVANGELHO EM TODO O MUNDO

 Evangelho do Reino pregado em todo o mundo

“E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim”. (Mateus 24.14) 

Uma coisa inegável é o tempo em que essa profecia seria cumprida. Pelo menos vinte versículos mais a frente, especificamente no versículo 34, o Senhor Jesus Cristo foi bem claro: “Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça”. Portanto, estamos aqui diante de uma profecia que foi cumprida no primeiro século, na geração dos discípulos de Jesus, dos quais muitos ainda estavam vivos quando viram o “fim” da era judaica na destruição de Jerusalém e de seu Templo. Esse é o famoso “fim da era” e não o “fim do mundo” físico como muitos admitem atualmente. Sendo assim, o evangelho do Reino já teria sido pregado por todo o mundo? 
A palavra traduzida como “mundo” em Mateus 24.14 é oikoumene em grego. Esta palavra poderia ter sido traduzida como “terra habitada”. Para os judeus do primeiro século, oikoumene não era uma referência ao planeta terra, mas era o Império Romano. Essa era a palavra que designava o Império dos Césares. Tanto é verdade que tempos atrás Lucas 2.1 era traduzido assim: “E aconteceu, naqueles dias, que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que TODO O MUNDO se alistasse”. A palavra “mundo” aqui também é oikoumene. Sabendo disto, muitos tradutores acertadamente resolveram traduzir assim: “Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se”. Fica, então, evidente que o evangelho foi pregado em todo o Império Romano nos dias dos discípulos, como sinal da “vinda” de Jesus em julgamento contra Jerusalém, e não a segunda vinda no fim da história (ver Mateus 24, Lucas 21, Marcos 13). Diversas passagens do Novo Testamento indicam que o evangelho realmente foi pregado em todo o Império, ainda no primeiro século: 
“Primeiramente dou graças ao meu Deus por Jesus Cristo, acerca de vós todos, porque em todo o mundo é anunciada a vossa fé”. (Romanos 1.8 – o grifo é meu) 
“Mas digo: Porventura não ouviram? Sim, por certo, pois por toda a terra saiu a voz deles, e as suas palavras até aos confins do mundo”. (Romanos 10.18 – o grifo é meu) 
“Por causa da esperança que vos está reservada nos céus, da qual já antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho, que já chegou a vós, como também está em todo o mundo; e já vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade”. (Colossenses 1.5-6 – o grifo é meu) 
“Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro”. (Colossenses 1.23 – o grifo é meu)
 “Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que por mim fosse cumprida a pregação, e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão”. (2ª Timóteo 4.17) 
Agora, observe esta acusação movida contra Paulo e Silas quando eles pregaram em Tessalônica: 
“Esses homens que viraram o mundo de cabeça para baixo, chegaram também aqui” (Atos 17:6b – o grifo é meu). 
Paulo foi assim também acusado por Félix: 
“Temos achado que este homem é uma peste, aquele que atiça tumultos entre todos os judeus e em todo o mundo” (Atos 24.5 – o grifo é meu). 

Segundo o texto do Remanescentes da graça, adaptado por Daniel Plautz “pode-se sugerir que tais acusações eram exageradas, no entanto, são consistentes com as alegações do próprio Paulo. Ele admitiu que ele havia pregado em todo o mundo (Romanos 1.8). Esta maneira de falar não era nova, no primeiro século. Cinco séculos antes, Daniel previu o surgimento do Império Grego Macedônio dizendo que iria governar sobre toda a terra (Daniel 2.39). Ninguém acha que os gregos governaram todo o planeta; Daniel estava se referindo ao seu mundo. Em Gênesis, fala sobre uma fome que cobria toda a terra (Gênesis 41.57). Isso provavelmente não incluiu todo o planeta, apenas o mundo conhecido da época. 
Fontes extra-bíblicas refletem a mesma visão do mundo limitado. Em meados dos anos sessenta, como Herodes Agripa II proclamou aos judeus para evitar uma guerra com os romanos, ele descreveu o império várias vezes como abrangendo a terra habitável (oikoumene) implicando que o resto da terra era inconseqüente. Ele disse, porque todos os que estão na terra habitável são Romanos, e argumentou: Agora, quando quase todas as pessoas que estão sob o sol submeterem-se as armas romanas, vocês irão ser as únicas pessoas a proclamarem guerra contra eles?

1 . Agripa falou desta forma referindo-se a Etiópia, Arábia, Índia, e as pessoas além do Eufrates e os partos, no mesmo discurso. O general romano, Tito, se referia ao domínio de Roma, em termos semelhantes. Josefo (Historiador judeu do século I) usava rotineiramente o termo terra habitável ao se referir ao império. Aparentemente, em qualquer lugar fora do Império Romano foi considerado inabitável apesar de ter sido bem compreendido que em outras áreas eram habitadas. Os pais da igreja primitiva também se referiam ao império como o mundo inteiro muitas vezes. Alegaram ainda que a igreja havia sido dispersa por todo o mundo, até aos confins da terra.

2 . Clemente afirmou que Paulo havia pregado, tanto no leste quanto no oeste, ensinando a justiça ao mundo inteiro.
3 O autor da Epístola a Diogneto (c. 130 dC), escreveu: “Os cristãos estão espalhados por todas as cidades do mundo” (6.2). Irineu afirmou: “a nova aliança tem saído sobre toda a terra”

4 . Irineu também descreveu a perseguição no início como um movimento de toda a terra contra a Igreja. Eusébio continuamente usou também a palavra mundo para se referir a algo muito menos do que o mundo inteiro.

5 Ele disse que Cristo encheu o mundo inteiro com seus cristãos. No primeiro século a Judéia foi governada por Roma. Seu mundo era o Império Romano, e, tanto que Paulo estava preocupado, o evangelho tinha sido pregado a esse mundo em 57 dC. Não há necessidade de exigir um cumprimento moderno [para Mateus 24.14]. Assim, o fim chegou. Na primavera de 67 d.C., marcou o início de um período de três anos e meio de tribulação (Não a Grande tribulação) diferente de tudo que os judeus já haviam conhecido. Exércitos romanos invadiram a Palestina a partir do norte e começaram a queimar cidade após cidade, matando os habitantes, tornando-os escravos. Finalmente, no verão de 70 d.C., os sacrifícios judaicos de animais cessaram, e o templo foi completamente destruído. Obtenção de perdão através da observância da Antiga Aliança tem sido impossível desde então. Este foi o fim ou o fim dos tempos, Jesus estava se referindo [a] isso em (Mateus. 24:14 e 28:20)”. 

6 “...fazei discípulos de todas as nações...” “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”. (Mateus 28.19, 20) Agora vem uma grande questão: “Estes versículos têm alguma ligação com Mateus 24.14?” É inquestionável que Mateus 24.14 teve seu cumprimento na geração dos discípulos. Todavia, não podemos limitar Mateus 28.19, 20 apenas ao primeiro século. É claro que aqui foi apenas o começo do cumprimento da grande comissão, a qual Jesus ordena fazer discípulos de todas as nações. Os discípulos cumpriram parte da grande comissão evangelizando e discipulando dentro do Império Romano. Em outro texto paralelo a Mateus 28, o evangelista Marcos nos mostra que a ordem de Jesus era para além do primeiro século e abrangia todo o planeta. Observe: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”. (Marcos 16.15) No grego, a palavra traduzida como “mundo” nesses textos não é “oikoumene”, mas é “kosmos”. Isto indica mundo físico, todo o planeta. Portanto, toda a terra tem de ser evangelizada e discipulada. Sobre isto, acertadamente disse o bispo Hermes C. Fernandes que “uma coisa é discipular as nações, e outra é pregar o evangelho do reino apenas para fins de testemunho. Quando Jesus afirmou que antes do fim daquela era (aión), o Evangelho do Reino teria que ser pregado em todo mundo (Oikumene), Ele não estava falando acerca do mandato de discipular as nações, a fim de que elas se rendessem à Sua soberania, e sim, acerca do testemunho que deveria ser dado a elas, antes que chegasse o fim daquela era. E isso foi cumprido no primeiro século, como já vimos através de algumas passagens bíblicas”. 


Carta à igreja de Laodicéia (3.14-22). "Laodicéia" significa direitos do povo, isto é, direito de o povo mandar: direitos humanos. E a igreja morna. Representa a igreja dos dias finais desta dispensação. Profeticamente, essa igreja é contemporânea da anterior - Filadélfia. Na igreja de Laodicéia a opinião do povo substitui a Palavra de Deus. Pela descrição fiel da igreja de Laodicéia pelo Senhor, nos versículos 15-18, vemos que ela é mais uma maldição para o mundo, do que uma bênção.

"não preciso de coisa alguma" (3.17). Ora, o crente fiel nunca está satisfeito no sentido de não precisar de mais poder, mais graça, mais humildade, mais sabedoria. Ele sempre quer mais. Mais de Deus, de seu amor, do seu Espírito, da sua Palavra, da sua graça, da sua comunhão, da sua santidade, etc. É o princípio da queda quando nos sentimos satisfeitos e ficamos inativos quanto à busca da face do Senhor. O verdadeiro crente clama como o Salmista: "como suspira a corça pelas correntes das águas, assim por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?" (SI 42.1,2). Jesus disse: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos" (Mt 5.6). Tem o leitor, agora, este tipo de sede e de fome espiritual? Isso deve ser normal a todo crente novamente nascido e renovado no Espírito. (Ler 1 Pedro 2.2.)

"Eis que estou a porta, e bato..." (3.20). Oh! o quadro mais triste do mundo! - Cristo expulso e desejoso de entrar! Expulso da nação israelita pela rejeição. Expulso do mundo pela crucificação. Expulso da igreja pelo mundanismo e modernismo. Mesmo assim, em todo o versículo 20 vemos o seu insondável amor por sua igreja.

"cearei com ele e ele comigo" (3.20). A ceia é a última refeição do dia. Assim, mesmo a um cristianismo morno, Jesus apela até o fim do dia da graça para que voltem a Ele. Isso também indica que o período da igreja de Laodicéia é o último do dia da graça, antes que venha a manhã de uma nova era para a Igreja. 112

A maior promessa a uma igreja. "Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono" (3.21). Graça maravilhosa! A maior promessa feita por Jesus às sete igrejas foi à de Laodicéia. Isso quer dizer que a igreja mais decadente e o crente mais distanciado, mais frio, podem alcançar o mais alto estado espiritual, se se arrependerem e andarem com Deus, como no princípio.

Jesus e seu trono, "sentar-se-á comigo no meu trono, assim como também eu venci, e me sentei com meu Pai no meu trono" (v. 21).



CARTA À IGREJA DE FILADÉLFIA



Carta à igreja de Filadélfia (2.7-13). "Filadélfia" significa "amor fraternal".

É a igreja avivada e missionária. Representa a igreja cristã nessa fase, a partir de 1750, especialmente nos séculos XVIII, XIX e início do século XX.

"a chave de Davi" (3.7). Isso é uma alusão ao reino prometido por Deus a Davi, conforme 2 Samuel 7.12,13, e que se cumprirá em Jesus - o descendente de Davi segundo a carne. (Ler Lucas 1.32,33.)

"tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar" (Ap 3.8). Certamente é uma alusão ao sempre crescente movimento missionário dos últimos tempos, iniciado por William Carey em 1793, quando partiu para a índia.

"também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro" (3.10). É uma das referências mostrando que a Igreja do Senhor nada tem com a Grande Tribulação. (Ler também 1 Tessalonicenses 1.10.) O texto mostra ainda que a Grande Tribulação terá alcance mundial, tendo seu centro na Palestina.



domingo, 9 de outubro de 2016

CARTA À IGREJA DE SARDES


Carta à igreja de Sardes ou Sardo (3.1-6). "Sardo" significa os que escapam ou os remanescentes. É a igreja morta. Representa a igreja do período 1517-1750. Em 1750 teve início a intensa fase contemporânea de evangelização e missões. O final do período viu homens valorosos na fé como Adoniran Judson, George Whitefield, John Wesley e outros.

"tens nome de que vives, e estás morto" (3.1). A morte na igreja de Sardo torna-se mais patente quando no início da carta o Senhor Jesus apresenta-se como "aquele que tem os sete espíritos de Deus", denotando, assim, multiplicidade e abundância de vida para uma igreja decadente e agonizante. A maneira de Jesus dirigir-se separadamente a cada igreja, revela muito do estado, da necessidade, e da oportunidade dessa igreja.


"não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus" (3.2 -Versão ARC). O movimento da Reforma Protestante foi mais de obtenção de liberdade política do que religiosa. Surgiram após a Reforma dissensões internas entre os reformadores e entre as novas denominações. Por exemplo, na Inglaterra, entre os anos 1560 e 1700, houve muita porfia entre presbiterianos e congregacionais. De fato, o versículo 2 acima, fala de obras não perfeitas, ou não completas, e pode referir-se a isso.


terça-feira, 4 de outubro de 2016

ESTUDO SOBRE O LIVRO DE APOCALIPSE: CARTA À IGREJA DE TIATIRA



Carta à igreja de Tiatira (2.18-29). Tiatira é nome de difícil tradução. Assim se expressam abalizados eruditos como o Dr. Ironside. São duas palavras parecendo significar quem sacrifica sempre. É a igreja profana. Apesar de ser uma igreja caída espiritualmente, ela desfruta de progresso material. Sua decadência espiritual é patente nos versículos 20, 22 e 24. Representa a igreja dos anos 600 a 1517. No final desse período, a Reforma  Protestante tomou corpo e por fim eclodiu em 1517.

A falsa profetisa Jezabel (2.20). "Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos." As doutrinas falsas sempre têm assolado a Igreja através dos séculos. Às vezes não são doutrinas totalmente falsas; são ainda piores: são adulteradas. Somente a visão do Espírito Santo pode dirigir os fiéis na separação entre "a palha e o trigo". O Diabo é pior quando vem como anjo de luz e ministro de justiça, do que como lobo devorador. No primeiro caso ele vem parecendo inofensivo, mas no segundo, vem rugindo, o que facilita a sua detecção. (Ler 2 Co 11.14.)

Jezabel é o terceiro elemento pernicioso citado nessas cartas às sete igrejas. Primeiro foram os nicolaítas (2.6); depois Balaão (2.14), e por último Jezabel. Esta era uma falsa profetisa de Tiatira. Muitas doutrinas e credos heréticos têm sido fundados e promovidos por mulheres, como a Ciência Cristã e o Teosofismo.


"Com cetro de ferro" (2.27). Isso é mais bem entendido à luz de 1 Coríntios 15.24-26: "E então virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte". 


terça-feira, 27 de setembro de 2016

CARTA À IGREJA DE PÉRGAMO


Carta à igreja de Pérgamo (2.12-17). "Pérgamo" parece significar casamento. É a igreja mundana dos anos 313 a 600. A partir de 313 deu-se a união da igreja com o estado. Diz um antigo escritor que Pérgamo era a cidade mais idolatra de toda a província da Ásia. Era também famosa por sua escola de medicina. O deus da saúde - Esculápio, simbolizado por uma serpente, era adorado aí.

"Conheço o lugar em que habitas" (2.13). O Senhor sabe o que está ocorrendo conosco, seja onde for: em casa, no emprego, em viagens, entre amigos, ou inimigos, quando sozinhos, ou acompanhados, etc.

"onde está o trono de Satanás" (2.13). Isto sem dúvida é uma referência à seita pagã babilônica, ocultista, que mudou-se para Pérgamo, vinda de Babilônia (o centro do espiritismo nos tempos primitivos), quando os conquistadores persas dominaram o mundo. Vemos assim, que, quando o Diabo não consegue enfraquecer a igreja pela perseguição e sofrimento (v. 10), procura fazê-lo pela corrupção da fé, adulterando a Palavra de Deus e semeando falsas doutrinas. Antipas, mencionado por seu nome, por Jesus, indica que Deus conhece os seus pelo nome, bem como revela carinho e atenção pessoal. "Ele chama pelos nomes as suas próprias ovelhas" (Jo 10.3).

"a doutrina de Balaão" (2.14) é a mistura espiritual da igreja com o mundo, quanto às suas práticas e procedimento, perdendo ela, assim, sua pureza e santidade. Foi isso que Balaão fez a Israel. Ele ensinou a Balaque, rei dos moabitas, a lançar tropeços diante dos filhos de Israel para contaminá-los. Assim, por conselho de Balaão, Israel profanou sua separação do mal, e interrompeu sua peregrinação para a Terra Prometida (Nm 25.1-3). Diz a Palavra de Deus em Números 25.1 que "Israel deteve-se em Sitim" (Versão ARC), quando já estavam perto de Canaã, e a causa disso foi a que acabamos de mostrar. O mesmo acontece hoje sempre que a Igreja se mistura com o mundo e sua prática: ela pára, detém-se, imobiliza-se. É a união da igreja com o mundo, como milhões estão querendo.

Há ainda dois males citados na Bíblia, da parte de Balaão: "o caminho de Balaão" (2 Pe 2.15), e "o erro de Balaão" (Jd v. 11).

"o caminho de Balaão" está em Números capítulos 22 a 24. Ele queria ganhar o prêmio oferecido pelo rei Balaque e ao mesmo tempo agradar a Deus. Impossível! Vemos hoje obreiros igualmente mercenários, abraçando o ministério evangélico como se este fosse uma profissão rendosa. E o profissionalismo espiritual, hoje comum nas igrejas por toda parte. Crentes que transformam as práticas da vida cristã, tanto as individuais como as do culto coletivo, em secularismo ou profissionalismo puro. (Ler Mateus 6.24.)

"O erro de Balaão". Balaão raciocinando do ponto de vista natural, humano, via a existência do mal em Israel e achava que Deus, sendo santo, devia amaldiçoá-lo. É hoje o mal do racionalismo humano dentro da igreja. É querer interpretar as coisas de Deus - sua Palavra, sua doutrina, sua igreja, seus caminhos - somente pela nossa mente. E a dependência do intelectualismo. Num tempo como o atual em que a igreja toda mais e mais se acultura, o perigo do racionalismo humano nas coisas de Deus está aí.

"a doutrina dos nicolaítas" (2.15) já foi abordada quando tratamos do versículo 6. É interessante notar que a palavra hebraica "Balaão" é equivalente a Nicolau em grego. Deve-se observar também o progresso do mal sobre o povo de Deus. Aquilo que era "obra dos nicolaítas" em 2.6, tornou-se "doutrina dos nicolaítas" em 2.15.


"uma pedrinha branca" (2.17). A história antiga dos gregos e romanos menciona essa pedrinha: 
1) Nos tribunais, os juízes tinham pedrinhas brancas e pretas. Se o acusado recebia uma pedrinha preta, estava condenado; se, branca, estava perdoado, liberto, livre. 
2) Nos jogos públicos, os vencedores recebiam pedrinhas brancas com seus nomes gravados nelas. Isso dava-lhes direito e auxílio do governo pelo resto da vida. 
3) Também pedrinhas brancas eram fornecidas a certas pessoas para livre trânsito em determinadas regiões, situações, reuniões. Era o passe, a entrada livre autorizada nesses casos especiais.


sábado, 24 de setembro de 2016

ESTUDO SOBRE O APOCALIPSE: CARTA À IGREJA DE ESMIRNA


Carta à igreja de Esmirna (2.8-11). "Esmirna" significa amargura. O termo correspondente à substância mirra, que se tornou símbolo da morte. (Ler Marcos 15.23; e João 19.39.) Esmirna é a igreja perseguida. Representa o período dos anos 100 a 312. Em 312 o imperador Constantino aboliu as perseguições aos cristãos.

"tereis uma tribulação de dez dias" (2.10). Dez é o número perfeito, completo, na numerologia bíblica, talvez indicando aqui o ciclo completo de perseguições naquela época. O dízimo bíblico, por exemplo, é o percentual de todo o rendimento da pessoa. Por sua vez, a palavra "dia" em grande número de passagens da Bíblia representa um período de tempo de extensão variável, como dia de Jesus (Jo 8.56); dia de Cristo (1 Co 1.8); dia do SENHOR (com maiúsculas - At 2.20); dia de Deus (2 Pe 3.12); dia da eternidade (2 Pe 3.18). "Dez dias" pode referir-se, pois, às dez perseguições de 64-305 d.C., sob os dez imperadores romanos dessa época, ou ainda aos últimos dez anos do citado período, que foram os piores dentre as perseguições. Esses dez anos foram sob Diocleciano.


As palavras de Jesus "Sê fiel até a morte" não significa ser fiel até morrer, mas, ser fiel mesmo que, para isso, tenhamos de dar a vida pela fé cristã.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

ESTUDO SOBRE O APOCALIPSE: CARTA À IGREJA DE ÉFESO



Carta à igreja de Éfeso (2.1-7). "Éfeso" significa desejável. É a igreja do amor decadente. Representa a igreja do século I, isto é, a igreja da época apostólica.

A igreja de Éfeso foi muito bem estabelecida na doutrina bíblica. Paulo ensinou a Palavra de Deus ali durante três anos. (Ver Atos 19.10 e 20.31.) Todos os ensinos básicos foram ministrados: "Porque jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus" (At 20.27). "todo o desígnio", aí, significa toda a mensagem de Deus, todo o seu plano, todo o seu propósito.

Pelo teor da Epístola de Paulo aos Efésios, observa-se que essa igreja era profundamente espiritual. Mas o juízo deve começar pela casa de Deus, segundo está escrito em 1 Pedro 4.17. Éfeso foi a igreja que João pastoreava quando foi desterrado para a solitária ilha de Patmos, segundo a tradição cristã dos primeiros séculos.

"conheço as tuas obras" (2.2). É solene o fato de Jesus saber o que fazemos para Ele. Éfeso era uma igreja laboriosa. Jesus a elogia por isso. Mas o que Ele quer primeiramente de nós não é o nosso trabalho, e sim a nós mesmos, isto é, o nosso amor para com Ele, a nossa dedicação total. Deus mede a vida de um crente, não pelo que o crente anda fazendo na igreja para Ele, mas pelo que está sendo para Deus. 

Os versículos 2 e 3 mostram ainda que o Senhor nada esquece do que fazemos para Ele, mas isto não substitui o amor.

"o teu primeiro amor" (2.4) é Cristo ter a primazia em tudo em nosso ser. Esta frase de Jesus: "abandonaste o teu primeiro amor" mostra que Ele vê nossos corações, o nosso interior, tão bem como o nosso exterior, conforme provou nos versículos 2 e 3. Desse primeiro amor, temos um perfil em Gálatas 5.22. Lembremo-nos: Deus vê nossos corações e não somente nossas obras! (Ler 1 Samuel 16.7.)

"Lembra-te, pois, de onde caíste" (2.5). É no ponto onde caímos que Ele nos espera. Em Lucas 2.46 vemos que Jesus foi achado por seus pais exatamente onde fora deixado, isto é, no templo, "arrepende-te!" A mensagem de arrependimento não é somente para os perdidos, mas também para os filhos de Deus. Feliz e vitorioso é o crente que sabe sempre se arrepender.

"nicolaítas" (2.6). Era um partido dentro da igreja de Éfeso. Paulo, pelo Espírito Santo, avisara a igreja disso, conforme Atos 20.29,30. Eram seguidores de um certo Nicolau, que visava implantar dentro da igreja a lei da sucessão apostólica.


"Ao vencedor" (2.7). A vida cristã está situada num campo de batalha, mas o cristão está do lado vencedor.




domingo, 18 de setembro de 2016

PARA REFLETIR


A Pregação dessa noite nos levou à uma profunda reflexão sobre como tem sido nossa caminhada com  Yeshua;


Em Mateus 8.28 e 29, a Palavra de Deus nos diz:

E, tendo chegado ao outro lado, à província dos gadarenos, saíram-lhe ao encontro dois endemoninhados, vindos dos sepulcros; tão ferozes eram que ninguém podia passar por aquele caminho.  E eis que clamaram, dizendo: Que temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?"

Também está escrito:

"E estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo, o qual exclamou, dizendo: Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus.
E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te, e sai dele.
Então o espírito imundo, convulsionando-o, e clamando com grande voz, saiu dele.
(Mc 1.23-26)

Yeshua, em outro momento, disse à sua mâe: "Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora." (João 2.4)

O diabo perguntou a Jesus que concordância havia entre os dois e logo foi expulso.
Afinal, que concordância pode haver entre Deus e belial? (2 Co 6.15)

O texto de João, cap. 10 e versículo 10, afirma que o ladrão veio para roubar, matar e destruir, mas Jesus veio para que tenhamos vida abundante.

O diabo veio para roubar, mas Jesus veio restituir o que foi roubado.
O diabo veio para matar, Jesus veio dar vida eterna e o inimigo veio para destruir e Jesus veio restaurar e construir um novo Reino para Deus em nós.
Não há concordância alguma entre Luz e Trevas.

Somos companheiros de que quem concordamos com suas opiniões, atitudes, etc.; "Andarão dois juntos se não estiverem de acordo?" (Amós 3.3)
Se dissermos que servimos a Deus, mas vivemos praticando o pecado, significa dizer que é o inimigo que vem nos acompanhando. 

Quando amamos a Deus e andamos de acordo com Ele, somos envoltos pelo Anjo do Senhor ao nosso redor e nos livra(Sl 34.7) e a Palavra nos afirma que ..."o diabo, vosso adversário, anda ao derredor rugindo como leão buscando a quem possa devorar"(1 Pe 3.8)

Porém, quando não obedecemos a Deus, certamente, fazemos as coisas de acordo com Satanás e ele está no comando de nossas ações.
Se nos santificarmos, Jesus estará conosco todos os dias até o fim dos séculos.

O diabo veio nos tornar escravos de nossos prazeres, sentimentos e atitudes. Yeshua veio para nos libertar totalmente do domínio da carne, do mundo e de Satanás.

Agora, devemos nos lembrar se nossas atitudes estão de acordo com a vontade de Yeshua. Devemos escolher andar de acordo com Deus e rejeitar as obras infrutuosas das trevas.
Quando O obedecemos, Ele está conosco e estará sempre em nós. Quando pecamos, porém, os nossos pecados fazem separação entre nós e nosso Deus. 

Levando em consideração que ninguém está sozinho, de quem você tem sido companheiro?

Lembra-te de onde você pecou, peça perdão e permita que suas atitudes sejam totalmente transformadas na vontade diretiva de Deus. 

Jesus ainda sangra por você! Arrependa-se, mude de atitude, ame a Deus mais do que o mundo, ame a Jesus mais do que os prazeres, abra mão dos desejos que contrariam a vontade de Deus!

Que o sangue de Jesus, o Nazareno, recaia sobre a sua cabeça e te torne companheiro do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores para todo o sempre!

Um beijo no coração,
                                     Pr. Alex Moza