domingo, 13 de março de 2022

 

Não deixe o diabo usar o seu temperamento.

Não deis lugar ao diabo.”(Efésios 4.27) 

         Muito se ouve sobre a necessidade de ser autêntico, de se falar o que vier à cabeça, custe o que custar. Contudo, se vivermos sob o pretexto de que “eu sou assim mesmo” e “esse é o meu jeito”, vamos andar na contramão do que ensina Jesus Cristo em seu Evangelho. Por quê? Porque se você é um cristão, não interessa como você é, mas  como Cristo é.

E se “não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20), o verdadeiro cristão não pode usar a desculpas de que “eu nasci assim ou eu sou assim mesmo” e machucar as outras pessoas. Pois Jesus não as machucaria.

Precisamos entender que quando nascemos de novo, passamos por uma transformação em nosso caráter e no nosso temperamento. Como argumento para esta afirmação basta olharmos as virtudes contidas no fruto do Espírito exposto em Gálatas 5.22,23a: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio”.

Pense comigo: isso é o fruto que o Espírito Santo gera na vida do salvo e muitas destas características, destes “gomos” falam de mudança de  caráter e temperamento. Observe: Amor: caráter e temperamento. Alegria: temperamento. Paz: caráter e temperamento.  Longanimidade (ou paciência, em outras traduções): temperamento. Benignidade (ou amabilidade, em outras traduções): caráter e temperamento. Bondade: caráter. Fidelidade (ou fé, em outras traduções): caráter. Mansidão: temperamento. Domínio próprio: caráter e temperamento. A atuação do Espírito Santo na vida daquele que é salvo se dá no todo do indivíduo: no corpo, na alma e no espírito. Ninguém é regenerado por Cristo parcialmente: ou nasce por inteiro ou não nasce.

Diariamente, passamos pelo processo de santificação. Só que santificação representa melhorar nossas qualidades e corrigir os nossos defeitos a cada dia. Subir um degrau da escada, depois outro, depois outro. Não se trata de uma escada rolante nem de estagnação. Não há retrocessos, mas avanços, por isso, jamais fique satisfeito com quem você é no tocante ao seu caráter e temperamento, pois nos é necessário crescimento sempre (Efésios 4.13). O cristão que fala “eu sou assim mesmo, me aguentem” ou “os incomodados que se mudem...” não está em processo de santificação, está parado no sinal verde com o freio de mão puxado. E não adianta buzinar, pois ele não sairá do lugar e ainda pode berrar pela janela: “Eu não vou andar, pois sou autêntico!” Provavelmente, este “cristão” vai te ofender.

Não é nada bíblico afirmar que: “esse é o meu jeito de ser, ou coisa semelhante a isso” para justificar suas atitudes e palavras desrespeitosas, desagradáveis e ofensivas. O verdadeiro cristão vigia em sua forma de falar (Jó 27. 4; Ef 4.29) e é alguém que se arrependeu de todos os seus males, inclusive a sua forma de ser, de falar. Todos temos momentos de raiva, mas quando o seu “jeito de ser” é naturalmente agressivo, isso não demonstra autenticidade, mas falta de intimidade com o que Jesus prega.

Recomendo aos irmãos que não sejam como vocês são. Não se orgulhem de ser quem vocês são. Cristo vive em você? Então deem de beber aos teus inimigos sedentos, alimentem ao inimigo faminto. Amem a quem te faz mal. Contrariem sua natureza e seus impulsos. Alimentem a natureza de Cristo em si. Isso sim é ser cristão.

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